Já aqui, chamo atenção para uma reflexão paralela: Quantos brasileiros saberiam de tal manifestação se não fosse pela internet? Por meio do "Jornal Nacional"? O que o William Bonner faz que um papagaio treinado não fizesse? Do "Domingão do Faustão"? O que o Fauston Silva faz a não ser lamber a áurea das "estrelas" da própria Globo? Do "Vídeo Show"? O que passa neste programa que não seja a mera reprise do acervo de fúteis e (in)úteis da Globo? E é por isso que a emissora acharca, com tanta frequência, a internet. Porque a internet é poder de comunicação do povo, na mão do povo.
Em resposta á Fenassec, disse a Globo em nota: "Cabe a ressalva que, no campo da ficção – o universo das novelas – não há compromisso algum com a realidade, preservados os valores éticos e morais. É o terreno da liberdade de expressão, amplamente protegida a partir da nossa Constituição."
Em outras palavras, a emissora diz que a criação artística é livre para criar, inventar papéis e até profissões. Isso de fato é constitucional, ninguém questiona. O que a emissora, em sua atitude de retranca, parece agora ignorar é que as novelas não tem apenas a finalidade de entreter. Nelas, a Globo tem inserido ações sociais, tais como campanhas anti-homofóbicas, sobre o respeito aos deficientes físicos, sobre o respeito à dignidade da mulher na sociedade, apoio às instituições que cuidam de desaparecidos e outras louváveis formas de conscientização através da dramaturgia. Para mim, ela foge à responsabilidade social que desenvolve e esconde-se atrás da licenciosidade da dramaturgia na hora que bem quer, sobretudo quando é pega com a veiculação de preconceito e equívocos naquilo que deveria ser uma boa formação de opinião e conscientização do comportamento do público.
É lamentável ver, diluídos em vários moldes da programação, o acharque à internet, como a marginalização às redes sociais, como se as novelas e filmes apresentados por ela não apresentassem um conteúdo questionável para a educação de crianças e adolescentes.
Eu poderia ignorar a presença do veneno cultural lançado "ao ar" , uma droga contra a boa formação da família, despejado na sala de estar de cada residência brasileira, através da Globo, com insinuações em alguns casos, e explicitações em outras, de adultério, traições, separações, aversão ao matrimônio, corrupção, roubo, homicídios, violência, suborno, sequestros e tantas ações que ganham alma através dos personagens, nem sempre com um sentido claro,as vezes transmitindo uma mensagem mais negativa que positiva.
Vê-se patroas tratando empregadas como se fosse lixo, programas de humor onde ser pobre é motivo de piada, numa forma sádicas de "ajudar" quando na verdade a resposta é mais um dedo na ferida. Eu diria que, antes de estar preocupada com o tempo que os jovens levam na frente do computador, a Globo deveria preocupar-se com a própria programação, e perguntar-se sobre a relevância de tanto erotismo, de tanto sexo explícito no "horário nobre", do quanto ganha com a veiculação de comercial recheando suas novelas, que a cada dia são menos interessantes do que já foram. Tudo isso é tão fútil quanto acessar o Orkut, o MSN, o Twitter ou Facebook. A diferença é que enquanto esses jovens passam horas jogando no computador deixam de privilegiar sua audiência. E por fim, é só isso o que os incomoda tanto, além de que através da internet as pessoas tem acesso à críticas dessa natureza que alertam quanto ao verdadeiro papel da Globo no Brasil.
Sugiro a leitura do texto "A Verdadeira Historia da Rede Globo". Repassem esse texto, indiquem para outros amigos, envie para as redes sociais. Goste ou não, a Globo precisa aceitar que, sobretudo com a internet, comunicação não é mais um monopólio dela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente com responsabilidade!