terça-feira, 22 de maio de 2012

Inteligência dentro de mim que ainda não é minha

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Eu sonhei que estava numa estrada e presenciava um fato chocante. Repórteres se aglomeravam para filmar do melhor ângulo uma mulher que, à beira da morte, agonizava o infortúnio de ter sido atingida por uma pedra no rosto. A bem da verdade, na altura da boca.

Dava-se conta, pelos comentários que explodiam simultaneamente por parte dos curiosos e profissionais da imprensa, que o motorista de um caminhão havia impedido, ou atrapalhado, a saída do veículo em que a mulher encontrava-se para o acostamento da pista, fazendo com que o socorro ficasse um tanto prejudicado.

Mesmo assim, eu pude presenciar sua saída de dentro do veículo. Saia algo escuro de sua boca, em grandes proporções. Algo como sangue coagulado. A região da boca estava deformada e com uma cor que ia do vermelho vivo ao roxo. Ela estava consciente e auxiliava as pessoas em seu seu socorro com informações úteis. Ao que parecia, ela era alguém bastante instruída. Provavelmente uma funcionária pública dos setores burocráticos do governo.

Rapidamente eu entrei em uma das barracas instaladas na área, uma espécie de tende de apoio, onde uma repórter, ou um repórter, finalizava a transmissão radiofônica de uma outra matéria. A região, ao que parece, era local de muita sujeição de acidentes e o caso da mulher atingida por uma pedra seria só mais um. Mesmo assim, chamei a repórter e contei-lhe sobre o fato que chamava atenção de muitas pessoas e outras equipe da imprensa, para que ela fosse ao local fazer uma cobertura, e assim, quem sabe, atrair a atenção de quem pudesse mais habilmente socorrer aquela mulher e livrá-la da morte tão iminente.

(Preste atenção às próximas palavras)

Eu disse: "Ei, vem cobrir uma outro fato. Uma mulher levou uma pedrada na boca e está consciente, mas botando muito sangue para fora". A repórter pareceu pouco impressionada com o relato, mas sensível a ele. Então acrescentei: "É uma crime atípico, não?" E a ela atalhou-me, dizendo: "Crime, não. Primeiro, precisamos saber o que foi!" Só então eu me dei conta de que a mulher poderia ter sido vítima de acidente. O estranho é que a primeira coisa que veio á mente foi "crime", que ela teria sido atingida por uma pedra arremessada intencionalmente por alguém.

Moral da história: Tanto a "minha" intervenção quanto a fala do repórter estavam em minha mente durante o sonho. A percepção precipitada de crime no caso, assim como a visão jornalística da repórter, todos estavam em minha mente, afinal, fui eu quem sonhou. Toda a inteligência e lógica dos meus sonhos são, de fato, minha inteligência e lógica. Ou, será que se eu fosse um trabalhador rural, de uma região afastada dos grandes centros urbanos, sonharia com a lógica presente no sonho?

Em fim, penso que as informações, sejam elas avançadas ou simples, todas estão em minha mente. A diferença está em como as uso. Ao que parece, a inteligência não é necessariamente a posse de informações, mas a habilidade em fazer uso delas. Uma pessoa, então, pode ser mais inteligente que outra contendo menos informação que ela, contanto que, fazendo boa aplicação da pouca informação que possui.

Se ambas as falas estavam em meu "banco de informações", o mérito da inteligência é meu. Porém, o que me chamou mais atenção foi o fato de que eu precisei de uma segunda pessoa, ainda que supostamente, pois foi sonho, para me fazer acessar outra informação, e essa, mais profunda, pelo menos em relação a anterior.


2 comentários:

  1. Interessante. Entretanto, você disse que se fosse um trabalhador rural, não teria essa mesma lógica. Mas a diferença entre um trabalhador rural e um urbano não é a capacidade lógica, pois são todos humanos, mas a quantidade de informação. Sendo assim, quando você disse: "Ao que parece, a inteligência não é necessariamente a posse de informações, mas a habilidade em fazer uso delas". Isso iguala o trabalhador rural a qualquer outra pessoa.

    Abraços.

    http://pensadorlivre-bill.blogspot.com/

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