Nosso cinema nacional não é medíocre, é idiota mesmo

Steven Spielberg é o diretor que mais tem filmes na lista dos "100 Melhores Filmes de Todos os Tempos". Nessa lista, um homem só chega a ter maior participação que todo nosso rol de produtores, de todas as épocas. E a cacetada maior é quando voce percebe que Spielberg chegou a isso produzindo filmes para todas as idades, algumas vezes agradando ao público adulto e infantil, como em "O Parque dos Dinossauros", "Os Caçadores da Arca Perdida", "E.T, o Extraterrestre", e outros filmes ovacionados internacionalmente.

E mesmo em filmes direcionados para um público adulto ele não caiu no blefe de apelar para aquilo que toca o corpo das pessoas(o sexo), geralmente uma válvula de escape recorrente aos produtores nacionais brasileiros que desacreditam ser possível tocar a alma(os sentimentos), não colocando o equivalente patético à nossas "pornoxanxadas", vistas em "Amor Estranho Amor", "É proibido Fumar", e mais recente, em "E ai, comeu?", onde, não obstante qual seja o enredo do filme, alguém sempre dá um jeito de introduzir no contexto cenas de sexo, palavras de baixo calão ou insinuações eróticas bizarras e apelativas, sacrificando o talento de grandes atrizes, como Glória Piris, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Denise Fraga, Maitê Proença e outras.

Cenas de "É proibido Fumar" - Glória no banho...

...e depois, ouvindo gemidos de um casal vizinho fazendo sexo.

Curiosamente, e mais que tudo, vergonhoso, vexatório, é ler na entrada desses filmes o apoio cultural de órgãos do governo como o Ministério da Cultura, assinando que essa categoria de comportamento recorrente substituto da falta de criatividade, inventividade e sensibilidade artística, é nossa marca maior, de mais ninguém. Nem mesmo o escroto e surreal cinema chinês, cheio de efeitos especiais que ultrapassam o imaginário extra-humano, assim como o pífio tailandês, superam a idiotice dos produtores do nosso cinema em idiotices e acefalia coletiva. Como, pois, esperaríamos um Oscar?

A coisa mais sensata que poderiam fazer para Fernanda Montenegro, citanda como melhor exemplo dessa nossa paixão por perpetuar as razões de nosso "complexo de vira-latas", seria pedir-lhe desculpas pela frustração na última tentativa de ganhar o louro da Academy Awards, com Cidade de Deus, ou então, dá-lhe mais um papel em um novo filme, só que desta vez, um filme de verdade, não esses "arcabouços" de pilherias e puias feitos por diretores lobotomizados que passam de mão em mão o bastão da idiotice magistral patrocinada.

Falei muito? Assista o trailer de uma das últimas pérolas do Cinema Nacional que enterra de vez esse assunto: Oscar.

Amor Estranho Amor, com Xuxa Meneghel

Xuxa ainda pobre na revista Ele

Eu não tenho dúvidas de que uma enorme parte dos fãs da Xuxa nos anos 80 hoje não dá a mínima para ela. Isso por dois motivos: primeiro, porque não são mais "baixinhos". Segundo, porque aos poucos muitas coisas sobre esta celebridade vazou na internet, sabendo-se mais do que se desejava saber.

Algumas dessas informações nem são tão secretas assim, são explícitas mesmo. É como o caso do filme "Amor Estranho Amor", de 1979, onde ela, aos 16 anos, vive uma prostituta. O pior, contracena com um garoto de aproximadamente 12 anos, onde qualquer adulto com o mínimo de juízo saberia trata-se de, no mínimo, uma contravenção moral. O garoto hoje é ator pornô, sendo impossível não associar sua atual carreira ao episódio. É a vida imitando a arte.

Xuxa com Pelé

Maria da Graça Xuxa Meneghel (nome verdadeiro de Xuxa) posou para a revista masculina Playboy, em Dezembro de 1982.  O mesmo ano em que o filme "Amor Estranho Amor" seria lançado, período em que ela começaria a fazer sucesso em programas infantis de televisão.

O que muita gente não sabe é que além desses trabalhos, Xuxa também posou nua para uma outra revista masculina: Ele.

Amor Estranho Amor

O video de "Amor Estranho Amor" tem sua comercialização e distribuição proibidas no país. Todavia, o filme foi lançado em DVD nos Estados Unidos em 2005 e pode ser adquirido por qualquer brasileiro em sites estrangeiros por importação. A produtora americana não vendeu os direitos a Xuxa, que chegou a entrar com ação judicial nos EUA em 1993, mas perdeu.

Outro assunto dogmático foi seu namoro com Pelé, viva demonstração de seu alpinismo social de outrora. Com Ayrton Sena nem se fala. O piloto, que também serviu de "escada-social" para Adriane Galisteu, perpetuou em Xuxa o conceito de que por trás de um homem famoso há sempre uma estrela em busca de ascensão. Isso é um modismo no Brasil, sobretudo com o estrelato da TV.

Xuxa na Playboy de 1982

Mesmo com toda a bandeira dada por Xuxa, a TV Band foi condenada a indenizar ela em R$ 1 milhão. A informação é da coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo desta última quarta-feira (17). Em março de 2008, durante um programa matinal, a emissora teria exibido imagens da apresentadora nua. A decisão da justiça ocorreu já em segunda instância, no Tribunal de Justiça do Rio.

Para Meneghel, a mais dolorosa realidade: é impossível reescrever o passado.