Conselho de Ética e Decoro Parlamentar serve para que?

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, infelizmente, serve apenas para ensebar ações altamente suspeitas, encobrir fraudes, omitir crimes fiscais, repartir o dinheiro público, negociar cargos e traficar influência como melhor aproveitamento, e segundo bem se entende, das posses de cargos públicos. Ou seja, o povo brasileiro paga para ser roubado. A sociedade como um todo sustenta assalariada uma quadrilha cuja única função é dilapidar seus bolsos.

Ontem o já há muito tempo sem ética nem decoro 'Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados' rejeitou, por 16 a 2, o parecer do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) que propunha a abertura de processo contra o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) por suposta quebra de decoro parlamentar.

Decoro? Que decoro? Não, concordo com os 16 parlamentares que entenderam não haver o menor indício de quebra de decoro por parte do deputado Valdemar Costa Neto. E não há mesmo. Do mesmo modo como não havendo lei também não há crimes, não havendo ética não há desrespeito à ética. Não havendo decoro, não há também quebra de decoro, faça-se o que se fizer. Na Câmara dos Deputados não existe ética que se desrespeite, nem decoro que se quebre.

Frustrado, não mais frustrado que todos nós brasileiros, disse o deputado que propunha a abertura de processo: "Acabamos de fazer uma pizza gigante, aqui na Câmara, com massa voto combinado. Infelizmente, a imagem do Parlamento fica desgastada [perante a sociedade]."

Imagem desgastada? Que desgaste ainda resta para a Câmara? Que desgaste ainda lhe resta depois da absolvição de Jaqueline Roris, flagrada diante das câmeras em inquestionáveis provas do mais deslavado trambique parlamentar? Que desgaste a Câmara ainda poderá sofrer depois de tantos e sucessivos escândalos promovidos pelos membros ao longos da história política no Brasil? Não há mais decoro, não há mais ética, portanto, já não há mesmo quebra nem falta alguma.