segunda-feira, 31 de outubro de 2011

No Brasil dos brasileiros é assim

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No Brasil dos brasileiros cena de novela é manchete nos portais de notícia.
No Brasil dos brasileiros órgãos públicos não servem ao público.
No Brasil dos brasileiros as leis protegem tanto os criminosos que chega-se a pensar que o culpado foi a vítima.
No Brasil dos brasileiros a polícia guarnece estabelecimentos privados nos centros comerciais e raramente passa uma vista nos bairros residenciais.
No Brasil dos brasileiros políticos roubam e são apenas remanejados de seus cargos, para aplicar novos golpes em outras freguesias do poder público.
No Brasil dos brasileiros que tem dinheiro paga fiança, quem não tem vai preso.
No Brasil dos brasileiros os próprios criminosos depõem, em entrevista na TV, que "o crime compensa".
No Brasil dos brasileiros não há tempo suficiente para investigar desvios fiscais, porque ainda mais desviada fica a atenção da justiça a cada novo escândalo. E, diga-se de passagem, já ninguém se escandaliza.
No Brasil dos brasileiros o voto é um direito, que depende da nossa obrigatoriedade sob o risco de que ninguém em sã consciência queira dele usufruir.
No Brasil dos brasileiros as eleições limitam-se apenas a escolha entre a cruz e a espada; à troca de novos em face de velhos corruptos.
No Brasil dos brasileiros as autoridades decretam leis, mas não as fiscalizam na prática.
No Brasil dos brasileiros as várias instituições existem apenas para que o cidadão não saiba a quem recorrer.
No Brasil dos brasileiros os erros são esquecidos, embora se repitam sistematicamente. Só os feriados, o futebol e o Carnaval são lembrados nos intervalos entre um e outro, ano após ano.
No Brasil dos brasileiros as concessões públicas de televisão impõem suas programações e esnobam da capacidade das pessoas em discernir o fútil do inútil.
No Brasil dos brasileiros as agências de publicidade veem apenas pessoas de pele clara e cabelos lisos, enquanto seus clientes incluem índios, brancos, negros e mestiços.
No Brasil dos brasileiros o funcionário privado é assediado pelas próprias conformidades das leis trabalhistas.
No Brasil dos brasileiros funcionários públicos tratam o povo, seu patrão, a chutes e ponta-pés, e exibem ainda uma placa com um "não reclame!".
No Brasil dos brasileiros o povo paga para ser ludibriado pela propaganda do governo na TV.
No Brasil dos brasileiros os políticos não confiam no SUS (Sistema Único de Saúde) para se tratarem, porque sabem que tal sistema é a anti-sala do necrotério.
No Brasil dos brasileiros os órgãos públicos decidem quando, como e para quem trabalhar, e quanto receber para fazer pouco e mau pelo povo.
No Brasil dos brasileiros as rodovias desaparecem na poeira e no piçarro, e reaparecem quilômetros à frente.
No Brasil dos brasileiros, dimensões continentais do território e o clima tropical propício não evitam a falta de solo para plantar; e muitos perecem sem alimento.
No Brasil dos brasileiros, no interior do país, os desmatamentos e as queimadas avançam em áreas de preservação ambiental, animais silvestres são comercializados e os defensores são mortos, enquanto nas capitais litorâneas e no Distrito Federal panfletos de cunho ecologistas entopem bueiros e sujam praças, tão levados pelo vento quanto suas mensagens poéticas.
No Brasil dos brasileiros exporta-se matéria prima a preço de banana, e importa-se derivados "aos olhos da cara".
No Brasil dos brasileiros pessoas dão a vida pelo time favorito, mas não seguem uma ideologia político-partidária sequer.
No Brasil dos brasileiros obras são orçadas em um valor e terminam gastando cem vezes mais.
No Brasil dos brasileiros há uma pluralidade de credos e crenças religiosas, mas o país ainda se permite professar um sentimento particular, declarando-lhe feriado nacional.
No Brasil dos brasileiros ninguém parece perceber que o BRASILEIRO é o único povo do planeta cujo substantivo nominal possui o sufixo EIRO (brasil+EIRO), que designa ação, atividade, condição de agente atuante, não de simplesmente passivo,receptor ou sujeito de uma ação. O brasileiro deveria, pois, encontrar-se no comando de suas decisões, não deixar-se na condição de vítima das circunstâncias.

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