terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fora do Ar - Se as outras emissoras não tem audiência, a Globo não sofre concorrência

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Voce precisa juntar pontos de audiência de 14 programas do SBT para obter 77 pontos em favor da emissora, contra 96 pontos da Rede Globo obtidos com apenas 3 novelas. A diferença é tão gritante que uma novela repetida(Mulheres de Areia), na emissora da família Marinho, consegue 15 pontos, na verdade um pouco mais que 4 vezes a pontuação de uma novela exibida em primeira-mão(Amor & revolução) pelo SBT, com 3 pontos apenas.

A pergunta é: quem se sentiria estimulado a fazer uma novela e lançá-la em primeira-mão numa emissora para aferir apenas 1/4 (metade da metade) da audiência de uma novela repetida? Olha só, para a Globo passar uma novela de novo consiste basicamente de dois processos técnicos, rebobinar e dar play (devia ser esse o processo de gravação na época). Pronto, está "no ar" mais um "campeão de audiência do "plin-plin", pois ninguém mais quer saber do que o SBT e outras emissoras estão transmitindo no momento.

A rede Record, cabo de guerra usado pelo Bispo Macedo para afrontar o "fantasma político" que norteia sua luta, hora a frente da igreja que criou, hora como empresário da comunicação, e que o persegue desde décadas passadas, a Globo, que sempre ameaçou mostrar o lado mais feio de sua estranha forma de ganhar dinheiro manipulando a "boa fé", nome dado ao desespero de uma nação que não vai à escola desde cedo, também "não dá nem pro cheiro" entre as emissoras que se entrincheiram na luta por audiência no país.

A Globo, que faz papel de herói na terra dos tupiniquins, na verdade é a grande vilã manipuladora da informação(e o bispo também sabe disso). Esse poder manipulador já foi tão visto quanto seus programas foram ao ar. Sejam eles jornalísticos ou de entretenimento, em praticamente todos a emissora do jornalista Roberto Marinho tem lado, partido e função social altamente comprometidos com interesses nem sempre populares, fazendo da Globo um canal de comunicação não totalmente isônomo como rezam as normas de concessão pública de que a TV se beneficia, graças à leniência da atuação complacente e desinteressada da Anatel, que jamais controlou sequer a pirataria do setor no país, função tão básica à instituição quanto a do soldado em prender bêbados arruaceiros.

O jornalismo da Record, que se aventura pelas veredas sombrias do sensacionalismo, não consegue girar muito distante dos 7 pontos, com o "Fala Brasil", por exemplo. Mesma pontuação do programa vespertino voltado para o público "teen"(pré-adolescente), "Rebelde", mostrando a inconsistência de fidelidade de um telespectador ocasional, que assiste porque "passou" e a TV estava ligada, não por zapear com controle remoto.

A única batalha ainda não recuperada pela Globo, desde os tempos em que a Xuxa era de fato uma estrela, é a audiência matinal dos programas infantis. O "TV Globinho" divide os 5 pontos médios com o "Bom dia & CIA" do SBT.

Seguindo a receita "forno, fogão & fofoca", o programa "Mais Voce", da "Ana Maria Braga", pode ser riscado da grade a qualquer momento sem grandes considerações, já que não põe a Globo em distância confortável à frente da Record, e o seu "Hoje em Dia", com 1 ponto de vantagem apenas contra a TV do Bispo Macedo.

Salvo proximidade pontuais, a Globo segue líder em audiência no Brasil sem permitir margens de esperança de ultrapassagem, com tela, cor e som agradáveis e peculiares ao gosto médio do público, mas sobretudo, com um conteúdo altamente qualificado, sem economia de recursos aplicados de forma precisa onde mais se precisa, e, principalmente, com arte, dramaturgia e a experiência de quem já se encontrou a décadas, ou de quem emergiu incólume dos porões da ditadura.

Se as outras emissoras não tem arte e conteúdo, não tem audiência. E se não tem audiência, a Globo não sofre concorrência. Quem perde é o público, pois o melhor que consegue ter é ainda inferior a aquilo que mereceria se soubesse diferenciar uma  taça de vinho madeira de um lata de cerveja industrial.

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