sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Abaixo a velha moral - Precisamos de revoluções no campo do pensamento

Agregador de links
Voce tem visto a queda de várias formas de governos ditatoriais nos últimos anos. E tem acompanhado essas revoluções através de uma forma de comunicação também muito peculiar desses últimos anos: a internet. Há alguns anos outros episódios fizeram história. As revoluções ocorreram em vários campos. Na política, nas ciências, e até nas religiões. Mas, por incrível que pareça, onde o homem tem sido mais conservador é no campo da moral.

Nos anos oitenta lí com atraso uma frase do jornalista Carlos Lacerda, intérprete da política à luz da moral, que dizia: "Vivemos um momento profundamente moral". Eu entendi por "profundamente moral" que alguma coisa em relação à moralidade estava acontecendo naqueles anos(embora sexo para mim, ao oito ou nove anos, não passe de uma mera suspeita). O certo é que as pessoas estavam mudando a forma de pensar. A AIDS não era o monstro assombroso que poucos anos mais tarde se revelaria numa epidemia relacionada ao comportamento. Um apelo moral em favor dos velhos dogmas defendidos pela humanidade, sobretudo com o aio das religiões encima da sexualidade, recebia o visto do vírus HIV como um aliado aos presságios divinos sobre o pecado que havia no prazer reclamados por uma juventude livre.

Muitas músicas da época revelam esse processo moral que embalou a sociedade. São fósseis de um elo perdido que retrata nas paredes do tempo a juventude transviada, perdida e subversiva. Muito do estilo hippie nos anos setenta se tornou parte da cultura principal, disseminando a sua essência por todas as áreas das sociedades atuais. A liberdade sexual, a não-discriminação das minorias, o ambientalismo e o misticismo atual são, em larga medida, produto da contestação hippie.

Mas a moral não parece algo ligado a uma época, uma sociedade ou nação. A moral é algo que transpõe essas limitações geográficas, temporais, culturais e políticas, dando sabor a todas as ciências humanas. O direito, a psicologia, a filosofia(embora engessada pelo subjetivismo, mais ainda que a psicologia), olham para como anda a moral em seu momento e se modera concernente aos seus valores em questão, definindo sua ética, sempre adequada à realidade e ao que se propõe enquanto ciência.

Os dias atuais clamam por revoluções ainda maiores. E dessa vez, as mudanças precisam serem calçadas de uma razão mais sólida que a simples liberdade sexual. O pensamento precisa de mais vigor, pela liberdade e ousadia em se formar, ferindo a cerne da moral que resistiu ao período das últimas revoluções dos anos setenta e oitenta. A década de noventa foi morna. Serviu apenas de uma parada para refletir. A primeira década do primeiro século desse terceiro milênio nos convidou a agir o pensamento, e a mover o espírito inovador do homem em busca de transformações que deem face a vida nessa nova era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente com responsabilidade!