domingo, 15 de abril de 2012

Morosini esperou 4 minutos para ser atendido? E o povo brasileiro que espera até 45 minutos do SAMU?!

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Triste constatação: mais um esportista morre em campo. Provavelmente, o coração não aguentou o esforço extra dos mais de 30 minutos extenuantes do jogador Morosini, do Livorno, que morreu de parada cardíaca neste último sábado(14) durante uma partida de futebol do campeonato italiano.

Agora, um agravante: a polícia investiga a presença de uma viatura policial (imaginem voces) tapando a entrada de ambulâncias no estádio, o que atrasou em 4 minutos o atendimento ao jogador (demorou quatro minutos para ser atendido e sete para deixar o local).

Esse tempo, 4 minutos, é levado agora em conta, pela investigação, como possível agravante do caso. Só que, ao ler a matéria não vi como não lembrar um caso semelhante, em que tive que chamar o SAMU para atender uma passageira de ônibus, na avenida dos Autonomistas, em Osasco. Mesmo ligando para a polícia(190) e o SAMU(192) simultaneamente, enquanto a moça lutava pela vida, levou-se cerca de 27 minutos para que ela recebesse os primeiros socorros profissionais da equipe.

Moral da história, precisamos nos "doer" de preocupação com essas pessoas comuns também, não apenas quando a vítima é um jogador e o fato acontece diante das câmeras de televisão. Precisamos acabar com isso de termos duas balanças e dois pesos para medirmos seres humanos em situações semelhantes. Enquanto a sociedade não evoluir para tratar pessoas de diferentes condições sociais de forma igual, toda nossa evolução terá sido inútil.

Pergunta-se o porque de a viatura de polícia encontrar-se tapando a entrada do estádio. Olha só, a pergunta que deveríamos nos fazer é a seguinte: e qual de nós se preocupa em deixar livres acessos à garagem e vias importantes nas frentes do prédios, sejam eles comerciais, públicos, privados, etç?! E não é costume de senhoras e senhores ditos "de bem" usarem a frase inescrupulosa: "é só por um minutinho"?

Infelizmente, mesmo com a obstrução do policial "desligado" que ali deixou sua viatura, como se a rampa de acesso ao estádio fosse a entrada da própria garagem de casa,  o atendimento foi relativamente rápido ao que estamos acostumados a ver em São Paulo e em qualquer cidade do Brasil. Ali, está claro que toda a diligência seria inútil. E diante dessa impotência humana é que tenta-se colocar a culpa em algum "retardado" que, certamente, não olha nem para onde cospe.

Estão achando muito os 4 minutos de espera? Aproveitem a ocasião para refletir também nos 27, 30 ou até 40 minutos (ou horas, dias) que pessoas comuns, de todas as idades, recebem diariamente no Brasil. É uma pena que o Morosini tenha sofrido isso, mas é uma pena que também nós, a população, soframos uma parada maior, não apenas do sistema cardíaco, mas de todo o sistema de saúde em nossa nação.

Faça uma busca no YouTube com as palavras "morte por falta de atendimento"  que verá esses 4 minutos como um tempo razoavelmente bom.

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