quarta-feira, 30 de maio de 2012

A polícia e o MP fazem vistas grossas a crimes de policiais, diz pesquisa

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A polícia e o Ministério Público pouco fazem para investigar mortes provocadas por policiais em serviço, aponta pesquisa feita pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Uma mistura de corporativismo, preconceito com a condição da vítima e falha nas perícias são as causas para a omissão.
Cada um aprenda a dança do ventre para que seja visto como uma odalisca na frente de uma viatura
Opinião:

Algumas pesquisas revelam o óbvio. Que policial vai investigar outro policial para saber se o cara abatido por sua arma era bandido ou não? Ainda mais quando nem mesmo todos os crimes praticados por civis são investigados a fundo.

Todo mundo sabe que apenas os casos que viram espetáculo da mídia é que são realmente investigados, como o caso Eliza Samudio, Isabela Nardoni, Eloá Pimentel, Mercia Nakashima(esse, a própria família foi quem localizou o corpo), Daniela Perez, Canibal de Garanhuns, Chacina em Doverlândia, etç.

A sensação de insegurança dos cidadãos é a mesma sensação de impunidade sentida pelos criminosos. Somos hoje mais de 190 milhões de brasileiros protegidos por um efetivo policial de pouco mais que 411 mil policiais. Considere que o número ideal de policiais recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 1 para 250 habitantes e faça as contas.

Em 2010 no estado de Alagoas, que lidera o ranking brasileiro, foram registrados 2.226 homicídios, que equivalem a uma taxa de 71,3 mortes por 100 mil habitantes. Essa taxa em São Paulo foi de 10,47 (para cada 100 habitantes) no mesmo ano.

Com tantos homicídios tendo civis na autoria, com crimes "saindo pelo ladrão", que policial arriscaria a vida investigando o "colega" para ter certeza de que o elemento tombado por ele era ou não bandido? A própria população mantém o Ministério Público e a polícia ocupados com casos e mais casos a cada dia. Os DPs estão lotados, a selas estão abarrotadas de criminosos, mas muitos mais casos estão sendo realizados neste instante nas ruas, mais gente precisa ser investigada, presa e julgada (nesta ordem mesmo). O que se conclui é que não há como ocupar-se com a suspeita de crime dentro da corporação, quando se está por demais ocupado com a certeza de crimes em transcorrência a olhos nus. Como investigar, se não se dá conta nem dos casos que dispensam investigação?

A corregedoria sente-se mesmo motivadas a examinar os policiais suspeitos de homicídios? O policial que nos flagrantes só consegue pegar indivíduos menores de idades, protegidos verdadeiramente pelo Estado. Ela se cansa com o "bate-e-volta" de elementos nas delegacias, com a sensação de impunidade vivenciada, como já disse acima, em seus diversos aspetos.

Essa mesma sensação de impunidade gera por parte do cidadão, TEMOR; por parte dos marginais, OUSADIA; Por parte dos policiais, REVOLTA. É exatamente por isso que sabemos, "felizes" os criminosos que, quando pegos, são levados para uma delegacia, pois como alternativa "servem" aceiros de muros de cemitérios, florestas, estradas vicinais e córregos, onde a "justiça" é executada à margem da burocracia da lei, porque já se sabe de có e salteado o desfecho da maiorias das prisões e a justiça brasileira alimenta mais e mais essa fábrica de marginais, com impunidade, ingerência, inoperância, lentidão, burocracia, incontingência, desatualização(do código penal, por exemplo) e interesses(todo mundo sabe que só fica preso quem não tem dinheiro para pagar um bom advogado).

Diga-me, num cenário desses a polícia sente-se mesmo motivada a "comprar uma briga" com ela mesma para colocar presos policiais em ações suspeitas? Depois de preso, até um monge franciscano ganha feições de marginal. Cada um aprenda a dança do ventre, para que seja visto como uma odalisca na frente de uma viatura, antes que seja pego com um pacote fresco de maconha e uma nova arma sem registro enfiada no cóis da calça. Seria esse o caminho viável ou o desfiladeiro no caos? Seja o que for, é o que ocorre em parte das vezes, mas a polícia e o Ministério Público tem mais coisas com que se preocupar.

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