terça-feira, 19 de junho de 2012

As mulheres não são compreendidas nem por elas mesmas

Agregador de links
Nesta última segunda-feira integrantes de 31 entidades feministas tiraram a camisa durante a Marcha das Mulheres. Elas pediram justiça social e ambiental durante as atividades da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20.

Até bem pouco tempo eu dizia que a sociedade tem dificuldades para entender o homossexualismo porque antes de tudo homossexuais tem dificuldades de se entenderem. Mas o drama da falta de identidade não parece ser exclusividade desse gênero, as mulheres parecem mais perdidas. Veja, por exemplo, já conseguiu decifrar qual a principal causa da luta feminista?

Nos anos 70, ou talvez um pouco antes, a pílula parecia um importante avanço nas conquistas "daquelas mulheres de Atenas". E no que se revelou afinal? Com a "liberdade sexual", elas foram, mas do que antes, objetos sexuais masculinos. Por fim, vê-se que o respeito e a dignidade não podem ser produzidos em laboratórios e vendidos nas farmácias. Não é por fazer sexo ou por não fazer, não tem nada a ver com isso.

Como podemos olhar para a mulher com o respeito que ela requer? Quem obriga as mulheres a pousarem nuas nas revistas masculinas? Quem obriga as moças galgarem o desprestigioso lugar de "musa do futebol", "musa das CPIs", e agora, bem a calhar, "musa da  Rio+20"? Aliás, quando é que a mulher se dará ao respeito, não aceitando o papel de coadjuvante onde a figura masculina é o principal? As mulheres brilham nos gramados ou nas nas arquibancadas, como líderes de torcidas de futebol masculino? Ficarão nos alambrados dos campos, como "marias-chuteiras, que, enquanto casadas, posam nos noticiários como "a mulher de" algum jogador, e quando solteiras, tiram a roupa para alguma "playboy" da mídia pornográfica mal disfarçada de "trabalho artístico". Quando as mulheres ocuparão o poder político? Certamente como "novas esposas" dos deputados é que não será.

Começa na própria mulher qualquer sinal de respeito próprio, não "escondendo" o corpo ou "mostrando-o", mas não fazendo qualquer dessas coisas em função do homem. É assim que homens agem, e por isso nunca precisaram de nenhum movimento machista. Quando as mulheres valorizarem respeito e não apenas fascínio, admiração e não apenas desejo, confiabilidade e não apenas encanto, talvez consigam fazerem-se respeitadas como se deve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente com responsabilidade!