segunda-feira, 18 de junho de 2012

TV Record, o urubu das desgraças alheias

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É muito estranho o que a TV Record faz, colocando a busca por audiência acima do respeito à dor de pessoas atingidas por situações de drama pessoal, situações em que as vítimas enchergam a atenção da mídia como um apoio solidário.

No caso mais recente, a emissora vale-se do momento em que a notícia do assassinanto da irmã de Angela Bismarchi foi dada enquanto a modelo permanece "internada" no reality show "A Fazenda".

O que as pessoas podem não perceber é que reality show é um programa da área do entretenimento, mas a notícia deveria ter o cunho jornalístico. Sem critério, o drama recebe um tratamento espetacular, sensacionalista, ao invés de meramente informar. É como se a dor e o drama alheio entretesse o telespectador.

Isso é notório pelas exaustivas repetições das cenas, da notícia dada enfaticamente a cada minuto, com a manchete elevada à "âncora" do noticiário da TV, a todo momento fazendo chamada para "novas informações" (ao longo do dia), quando na verdade são a repetição dos mesmos dados já passados e repassados várias vezes. Dessa forma, a TV do bispo Macedo faz da vida real de celebridades e anônimos mergulhados em dramas um verdadeiro show.

Para a sociedade desinformada, é como coçar uma ferida e perder-se na indefinição do que vem a ser dor ou prazer, drama ou realidade, sério ou cômico, numa verdadeira banalização dos valores morais e suas reais significações. Em outras palavras, uma inversão de valores.

É isso o que ocorre quando as famílias sentam-se à frente da TV, com uma penela de pipoca, para compartilhar, emocionada e comovida, da dor extenuante e cega que envolve os outros numa núvem negra de aflição e desespero.

Para o público,é como se de repente as pessoas se descobrissem privilegiadas por uma espécie de sorte natural, ao contemplarem, de seus lares, o mal abater-se sobre os outros, não sobre si. Para a emissora, é uma forma pobre de obter audiência e vender seus anúncios.

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