terça-feira, 12 de junho de 2012

Parece que foi ontem - 12 de junho

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Se alguém por acaso perguntar se vale a pena ficar juntos por uma vida inteira, eu não sei. Algumas perguntas podem levar anos para serem respondidas. Mas eu posso dizer que a vida na companhia da mesma pessoa pode ser muitas vezes chata, porém sempre haverá momentos bons. E esses momentos fazem qualquer chatice ser nada. Eles são como o sal para o paladar, o obstáculo para a força, a lágrima para os olhos, a fim de que mais sabor sintamos, mais preparados estejamos e para que enxerguemos melhor o futuro. É como aquela força só experimentada quando somos postos à prova, o caminho que só conhecemos quando já passamos e o sabor que só sentimos depois que engolimos.

Ao longo desse tempo, rimos, choramos, sofremos e nos alegramos com a mesma intensidade. Mergulhamos, juntos, nas águas profundas da vida em busca de respostas. Deciframos enigmas propostos por Deus e nos enchemos de sabedoria, lições e experiências únicas. Construímos um caminho com nossos passos, um lar com nossos sonhos e um céu com nossas almas. Vimos o mundo se desenrolando em nossa ousadia e a vida nos mandou convites. Chegamos de mãos dadas à festa do tempo, para celebrarmos a nossa história. E a escrevemos com uma trama misteriosa, um final feliz a cada capítulo e propomos um recomeço na contra-capa.

Aprendi a respirar o mesmo ar que voce respira, a entender mil palavras em um olhar e a admirar cada gesto seu, como se assistindo uma ópera. Na verdade, há um romance de Sheakspera quando dormes, a mais bonita série de TV quando rires, um poema de Carlos Drummond quando me falas e um conto de Nelson Rodrigues se te vais para longe de mim.

Nos casamos numa manhã de um domingo, quando a chuva caía entre períodos intercalados de sol. As flores tinham orvalho, a terra tinha um cheiro especial, e o ar, um frescor inesquecível, como se tudo a nossa volta entendesse o cerimonial que por toda a vida lembraremos. Ao fim do dia, um arco-íris lembrou a aliança na terra selada em nossos corações. Eu nem sei porque, mas havia música no ar, como uma trilha só nossa em um filme de amor. E pela primeira vez eu fui capaz de jurar, pela certeza do grande sentimento que me tomaria. E eu vi essa certeza refletida em seu olhar ao dizer SIM pra mim.

Todas estas lembranças pavimentaram o caminho que nos trouxe até aqui, doze anos depois daquele dia, dois filhos e uma felicidade completa. E se um dia a morte nos separar, será por um instante, porque o amor precisa que um antecipe, no Céu, a chegada do outro, para um novo reencontro ainda mais bonito e cheio de graça.

2 comentários:

  1. O seu texto ficou perfeito, grande amigo! És um verdadeiro poeta. Que esse amor entre vocês dois seja cada vez mais radiante e incondicional...! FELICIDADES MIL para vocês.

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