terça-feira, 19 de junho de 2012

Reciclar pode ser um atentado contra economia e qualidade

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Está mais do que claro que a prática da reciclagem de produtos lançados no mercado consumidor não é a salvação para o meio ambiente defendida pelos organismos de defesa do consumo e produção sustentáveis. Ela só adia o destino final do lixo. A garrafa plástica de refrigerante, por exemplo, irá poluir a natureza de qualquer forma, cedo ou tarde. E como nosso consumo tem um ciclo que cada vez mais evolui, ao invés de regredir, tempo é a questão mais irrelevante. O "tarde" não faz a menor diferença do "cedo".

A reciclagem de produtos, como o plástico, por exemplo, trouxe-nos (qualquer suposto benefício à parte) uma perda na qualidade dos produtos lançados no mercado, por que a indústria ainda não aprendeu como fazer uma garrafa de plástico reciclado igual a uma garrafa de plástico natural, assim por dizer. A busca por qualidade não acompanhou a onda do politicamente correto que tomou a indústria. Aliás, a questão ambiental corre o risco de não ser mais que um marketing, um fator de campanhas publicitárias para a indústria. Por exemplo, práticas realmente viáveis, como a reutilização de água, a utilização econômica de energia, o aproveitamento de energia solar e eólica, podem ser deixadas de lado por não serem facilmente alardeadas.

Outros aspectos da questão observada nas práticas sustentáveis parecem passar ao largo das discussões. Alguém já avaliou a redução da demanda por mão de obra(e emprego) nos setores produtivos de matérias primas naturais? Algum órgão de controle de qualidade tem fiscalizado com rigor os produtos feitos a partir de matéria reciclada? A indústria da reciclagem tem empregado em número e qualidade igual os trabalhadores que ficaram sem emprego depois que a indústria de mineração e produção deixou de vender em função da oferta barata de matéria reciclada a alimentar as indústrias clientes?

A questão ambiental não parece ser solucionada com a simples adoção dos três "Rs"(Reduzir, Reutilizar e Reciclar), mas passa, além das políticas públicas apresentadas até aqui, pela extinção de materiais. E essa extinção tem que ser exatamente igual à degradação natural, ou seja, fazendo com que a matéria volte ao seu estado natural anterior. Se voce conseguir fazer com que o ferro volte a natureza, em estado igual ao de origem, e mais do que isto, ao local de origem, então teremos uma ação ambiental verdadeiramente sustentável. E isso, suponho, sequer pode ser pensado, principalmente pelo custo financeiro, antes mesmo de se cogitar a possibilidade factual.

As questões ambientais do planeta seguem assim, sem patrocínio. Elas tem custo e ninguém quer pagar a conta. Ainda estamos praticamente no mesmo ponto em que nos apercebemos da poluição do monóxido de carbono do pós era-industrial. O que temos avançado em políticas públicas ambientais fascina, mas não convence a mim nem a ninguém que pensar direito, muito menos convenceria a natureza, que continua sentindo os efeitos da interferência do homem.

2 comentários:

  1. Tarcicio, de fato, a situação da sustentabilidade ainda é mal interpretada em nosso tempos (mas o que esperar, quando o objetivo principal e quase único de toda e qualquer empresa é ele, o LUCRO?). mas eu não desanimo, não: acredito firmemente que podemos chegar ainda em uma situação na qual será possível aliar o lucro à saúde do planeta. me chame de iludida, eu me chamo de esperançosa... rs. Mas que ainda falta muito, isso falta mesmo! :-( Enfim! Abraço, queridão!

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  2. Ok, Shirley. Muito sensato seu posicionamento. Um grande abraço e sucesso!

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