Hoje no supermercado, enquanto procurava sabonete na sessão de higiene pessoal, vi uma garotinha de aproximadamente dez anos e sua a mãe, ambas olhando o box de absorventes. A menina pegou um pacote pequeno e peguntou: esse é para inciante? A mãe então respondeu categoricamente: não tem iniciante. Fez-se um silêncio, afinal eu estava ainda muito próximo. Se algo ficou esclarecido ali foi que não se fala em absorventes onde tem homens. As mulheres perpetuam esse tabu e o repassam de forma tão sutil quanto fazem uso desse objeto, assim como da menstruação. É absolutamente compreensível. É algo íntimo e ponto.
Achei por demais gracioso o diálogo das duas. Uma aprendendo, a outra ensinando, e refleti sobre o que pode ser certo ou errado ali. A criança mostrando que antes mesmo de menstruar já acumula algum conhecimento acerca do assunto. E a mãe, esta pareceu mesmo seguir a cartilha que diz: responda tudo, sem acrescentar detalhes.
E então, existe ou não absorventes para iniciantes? Pelo que chega para mim sem esforço de busca, absorventes podem variar de tamanho de acordo com o corpo da mulher. Fico por aqui, para evitar ser ainda mais indiscreto num assunto que não me pertence.
Mesmo variando de tamanho, quem usa é mulher, não importa o biotipo. Talvez por isso a mãe foi taxativa: não tem iniciante. A partir do momento que menstrua a menina passa a ser mulher e ingressa nesta nova fase da vida com plenitude, livre da classificação de iniciante.
Quem sabe se elas não conversaram mais à vontade no caminho de volta para casa? Afinal, um corredor de sessão de supermercado não é o melhor lugar para duas mulheres dialogarem sobre intimidades tão peculiares a elas. Uma coisa ficou clara, eu acho, a menina agora sabe que no dia em que menstruar não será uma iniciante, será mulher e fim de papo.
Sugiro um artigo do blog M de Mulher.
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